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20 julho 2015
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Balanced Scorecard e Hoshin Kanri – Alinhamento organizacional e execução da estratégia

Uma das ferramentas de gestão mais influentes de todos os tempos, o Balanced Scorecard, está agora mais completa: a sua integração com o Hoshin Kanri, um modelo de gestão japonês, assegura que a estratégia organizacional está não só devidamente formulada, articulada e comunicada, mas também a ser verdadeiramente executada, por todos os colaboradores, do topo à base da hierarquia e no desempenho das suas tarefas diárias.

É esta a essência deste livro, da editora Lidel e da autoria de Manuel Fernandes Thomaz, que começa a sua viagem por uma incursão às várias abordagens ao planeamento estratégico, ao lean management e ao Balanced Scorecard. Destina-se a gestores, diretores e administradores e profissionais com interesse nestas áreas e, desde logo, representa uma mais-valia significativa por ser capaz de resumir um vasto conjunto de literatura internacional sobre gestão estratégica, oferecendo ao leitor uma visão do estado da arte e com isso a possibilidade de aprofundar mais sobre um tema que julgue mais pertinente.

Seguidamente, o livro apresenta de forma sintética os vários modelos do Hoshin Kanri e da sua implementação. É interessante verificar que existem diversos pontos de vista desta filosofia que, apesar das suas potencialidades, é ainda pouco conhecida junto das empresas europeias. E por existirem diversos pontos de vista, ficamos com a ideia de que seremos forçados a seguir o nosso próprio ponto de vista aquando da sua aplicação prática, o que não deixa de ser um princípio interessante e que de certa forma contribui positivamente para a sua credibilidade.

Aliás, é o princípio que o autor parece ter seguido na aplicação do modelo na empresa que lidera: a Águas da Região de Aveiro. Tendo em conta a sua visão crítica, adotou o seu próprio ponto de vista na implementação do modelo Hoshin Kanri. Partindo da definição estratégica da empresa e da definição clara dos objetivos a atingir, o modelo foi adaptado especificamente a esta empresa tendo sido rejeitadas diversas ferramentas de gestão avulso, ainda que com resultados positivos pontuais, mas por estarem desligadas de objetivos estratégicos a longo-prazo críticos para o sucesso da organização.

Hoshin Kanri é uma metodologia de gestão que tem como principal objetivo assegurar que a estratégia organizacional é implementada e é implementada eficazmente. Procura eliminar as três falácias do planeamento estratégico:

  1. Falácia da previsão: como não é possível planear num ambiente estático, o Hoshin Kanri apoia-se nos ciclos PDCA (Plan, Do, Check, Act) que têm a capacidade de reagir rapidamente a mudanças na envolvente;
  2. Falácia da separação: o Hoshin Kanri introduz o processo Catchball, que consiste na negociação entre os diversos níveis hierárquicos de forma ascendente e descendente. Este processo assegura que o topo da pirâmide hierárquica está em harmonia com a base da organização;
  3. Falácia da formalização: para assegurar que novas propostas são ouvidas durante o processo de planeamento estratégico, o Hoshin Kanri recorre ao ciclo PDCA.

Na implementação do modelo Hoshin Kanri vão ser utilizadas diversas ferramentas de gestão que são explicadas no livro. Apesar de não podermos neste artigo aprofundar muito sobre cada uma delas, aqui fica uma visão resumida de cada uma das mais importantes:

Filosofia Lean

Esta filosofia, também conhecida por gestão magra, visa eliminar os desperdícios, promover a criação de valor para o cliente, melhorar o desempenho operacional e a perseguição da melhoria contínua.

Focar, Alinhar, Integrar, Rever – o ciclo FAIR

Esta metodologia é adaptada do ciclo PDCA e traduz-se num ciclo anual, que começa com a fase “Focar”, com ações de gestão para rever o desempenho do ano anterior e formular as prioridades estratégicas para o ano seguinte.

Segue-se a etapa “Alinhar”, onde se procura desdobrar os objetivos estratégicos por toda a organização.

Seguidamente, o ciclo avança para a fase “Integrar”, em que os objetivos serão traduzidos em ações de gestão.

Na última fase do ciclo, a fase “Rever” compreende o processo de revisão anual do desempenho da organização e da sua estratégia.

Processo Catchball

Este é o “coração” do Hoshin Kanri e consiste no desdobramento dos objetivos pelos diversos níveis hierárquicos da empresa. Em cada um desses níveis ocorrerá uma negociação dos meios necessários para o alcance das metas.

A Matriz X A3

Esta matriz vai ajudar a relacionar, de forma visual e organizada, o Balanced Scorecard ou os Mapas Estratégicos às táticas, processos e resultados estratégicos. No livro é apresentado um esquema que pode ser adaptado.

O relatório A3

Este é um relatório que encoraja os gestores a documentar de forma sistemática o seu conhecimento tácito sobre as suas cadeias de valor e os seus processos.

Folhas de planeamento 3W

É uma ferramenta de coordenação e de planeamento, a partir da qual os responsáveis identificam “quem faz o quê e quando”.

After action report

É um relatório especificamente concebido para a análise retrospetiva de sequências de ações orientadas para objetivos e metas concretos, enquanto processo de avaliação do desempenho e melhoria contínuos.

Depois da apresentação de todas estas ferramentas e da introdução do modelo Hoshin Kanri, o livro descreve a sua aplicação prática na empresa Águas de Aveiro, SA, assim como uma reflexão sobre as principais dificuldades práticas da sua implementação e que benefícios puderam ser obtidos.

Onde obter mais informações sobre o livro?

Para mais informações aceda à página do editor aqui.


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