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17 agosto 2015
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2 formas de preparar a demonstração de fluxos de caixa e gerir melhor o dinheiro da sua empresa

A demonstração de fluxos de caixa (DFC) é uma das principais ferramentas de apoio à gestão. Por ser opcional para as pequenas empresas, é frequentemente desprezada pelas mesmas. Noutros casos, os empresários desconhecem totalmente a utilidade desta peça contabilística e preferem afetar valiosos recursos administrativos na elaboração de relatórios adhoc que apresentem de forma resumida quanto dinheiro entra e sai da empresa num determinado período de tempo. Ora, é precisamente para isto que serve a DFC e a sua preparação pode ser feita através de dois métodos, tal como veremos neste artigo.

Como preparar a demonstração de fluxos de caixa?

A demonstração de fluxos de caixa pode ser elaborada através de dois métodos:
  • O método direto que se apoia em registos contabilísticos específicos para fluxos de caixa. Será criada uma classe de contas específica ou um código de tesouraria para cada movimento de entrada ou saída de meios financeiros líquidos.
  • O método indireto que parte da demonstração de resultados do período em questão e subtrai (e adiciona) tudo o que sejam resultados que não correspondam a efetivas entradas (e saídas) de dinheiro. Para tal, será também necessário dispor dos balanços do período em questão e do período imediatamente anterior.

O método direto de preparação da demonstração de fluxos de caixa

O método direto é bastante simples de compreender: sempre que ocorre um pagamento ou recebimento, deverá registar-se esse movimento na contabilidade. A maior parte dos sistemas informáticos, incluindo os específicos para micro e pequenas empresas, dispõem de todas as funcionalidades necessárias para a adoção do método direto de preparação de fluxos caixa “out-of-the-box”.  Tudo o que é necessário é classificar devidamente os movimentos de tesouraria.

Então, e de acordo com a NCRF 2, essa classificação pode dividir-se em:

  • Atividades operacionais: as atividades que correspondem ao core business da empresa e que não sejam de financiamento nem de investimento. Neste grupo, teremos os recebimentos de clientes, os pagamentos a fornecedores, a pessoal, de impostos e relacionados com outras atividades operacionais;
  • Atividades de financiamento: as atividades relacionadas com a obtenção de financiamento e respetivos reembolsos, como sejam a obtenção de empréstimos, o pagamento de juros, comissões, etc;
  • Atividades de investimento: as atividades que envolvam o investimento (ou desinvestimento) como por exemplo a aquisição de máquinas, edifícios, material informático, entre outras.

Note que a classe de contas para fluxos de caixa será mais detalhada do que esta simples estrutura, tanto quanto o desejar, mas deverá sempre agrupar os fluxos de caixa nas três categorias acima.

Preparar a demonstração de fluxos de caixa através do método indireto

A utilização do método indireto é um pouco mais técnica e difícil de compreender por não-especialistas. Funciona através do desmantelamento do regime do acréscimo utilizado pela contabilidade. Neste regime, a contabilidade vai registar os réditos (também comummente designados por proveitos) e os gastos (custos) no momento em que ocorrem, independentemente do momento do seu respetivo recebimento ou pagamento.

Assim, se a empresa vendeu uma mercadoria num determinado ano mas só recebeu o respetivo pagamento no ano seguinte, a contabilidade vai reconhecer esse rédito no próprio ano. No entanto, o influxo de caixa só vai ocorrer no ano seguinte e, como tal, não deverá figurar na DFC.

Neste caso, o método indireto vai subtrair da demonstração de resultados o valor dessa venda. No fundo, como referido acima, vai desmantelar o regime do acréscimo utilizado na contabilidade.

Preparada a demonstração de fluxos de caixa, qual a sua utilidade?

A principal utilidade da DFC reside na informação que dela podemos retirar para análise, planeamento e tomada de decisões de gestão.

É através da DFC que podemos aferir da capacidade da empresa para gerar fluxos de caixa a partir da sua atividade operacional. Será a empresa capaz de gerar o suficiente para se manter em funcionamento? Estará a gerar algum excedente que permita remunerar os seus sócios? Requer quantias significativas de financiamento para funcionar? Está a pagar salários graças a financiamentos bancários?

A análise da DFC permite responder a este tipo de perguntas e muitas mais que envolvam as origens e aplicações dos fundos da empresa. É a DFC que ajuda o gestor a planear e otimizar a gestão do dinheiro da empresa.


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