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16 abril 2014
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Como fazer o seu orçamento sem se prender nos números do ano anterior

O orçamento anual é provavelmente a ferramenta de gestão mais usada na gestão das empresas. A sua popularidade encerra também algum cinismo: a maior parte dos gestores acredita que o orçamento anual é uma tarefa pesada e que a melhor forma de lidar com esse peso é elaborar o próximo orçamento com base no orçamento (ou nos resultados) do ano anterior.

Porque é que isto é mau?

Em primeiro lugar, porque desvirtua o orçamento da sua função central: servir de linha de orientação e motivação para o futuro. Como todos na empresa, começando pelo topo, deixam de encontrar quaisquer novidades no orçamento do próximo ano, limitam-se a dar continuidade ao que já fazem. O próximo ano vai ser igual a este, eventualmente acrescido de objetivos um pouco mais difíceis. A motivação dá assim lugar a repetição e a inovação a incrementalismo.

Em segundo lugar, porque o orçamento do ano anterior ou os resultados do ano anterior, quando usados como base, podem não ser um bom ponto de partida. Se a empresa está a pagar de mais por determinados custos fixos ou se as vendas estão àquem do seu potencial máximo, então assim vão continuar no futuro. E com um documento oficial, apoiado na gestão de topo da empresa, como suporte.

Como fugir à “âncora” do ano anterior?

Não é fácil fugir à âncora que puxa os gestores para o que aconteceu no ano anterior. Na verdade, parece que tal só é possível com outra âncora. De acordo com a McKinsey, há algumas formas de o conseguir. Vejamos:

1. Identifique os indutores do desempenho

Comece por identificar o que determina determinadas variáveis críticas do desempenho da empresa, tais como as vendas. Em vez de usar os dados do ano anterior, apoie-se em dados externos:

  • Dimensão do mercado
  • Quotas do mercado
  • Índices de competitividade entre empresas do mesmo setor
  • Taxas de crescimento do mercado

Com base nestes números comece a construir o seu modelo. Sem olhar para os números do ano anterior, apoie-se numa simples regressão linear e estime o seu objetivo de vendas para o ano seguinte.

2. Posicione o modelo como uma segunda âncora

Construindo o seu modelo a partir de dados externos, vai permitir desafiar os seus dados históricos. Desde que os resultados obtidos com o modelo não se afastem em excesso dos dados dos últimos, digamos, cinco anos, é possível questionar o desempenho obtido até à data.

Por que razão não vendemos mais, se temos potencial para isso? Que tipo de ações fizemos bem e mal e que novas ações poderíamos realizar para atingir o nosso potencial máximo? Por que razão nos cotamos abaixo em determinados parâmetros quando nos comparamos com a concorrência?

 


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