A capacidade para reduzir o custo marginal da obtenção de dados, que após editados e transformados, serão a base para a tomada de decisão de praticamente tudo o que acontece nas organizações e a construção de dashboards interativos, automatizados e permanentemente atualizados são dois objetivos importantes e cada vez mais ao alcance do gestor financeiro. Estas mudanças, impostas pelas novas tecnologias de business intelligence, estão a tornar as competências de vários profissionais obsoletas.

Na verdade, não são só os profissionais menos qualificados, que executam tarefas administrativas, como a classificação e lançamento de documentos e a preparação de relatórios, que serão rapidamente substituídos pela máquina. Os profissionais mais qualificados, que desempenham funções de análise de informação, comunicação com a gestão de topo e que são mais ou menos participativos na tomada de decisão também verão uma boa parte do seu trabalho ser executado por algoritmos de inteligência artificial.

O Power BI, a tecnologia de business intelligence da Microsoft, por exemplo, responde a questões colocadas em linguagem natural, por enquanto apenas em inglês, mas brevemente também noutros idiomas. Esta funcionalidade revela padrões, tendências e descobre “outliers” nos dados, construindo gráficos, mapas e tabelas de forma automática e quase imediata.

Definitivamente algo a ter conta se trabalha nesta área.

A solução para acompanhar as mudanças que estão agressivamente a mudar a forma como trabalhamos não é totalmente nova: passa por abraçar o potencial que a tecnologia oferece e mostrar claramente o valor que podem trazer à organização. Vejamos duas ideias.

A importância de reduzir o custo marginal da obtenção de dados

Há uma enorme vantagem na redução do custo de obtenção de dados. Este é um custo sobretudo humano que implica a execução de tarefas repetitivas e de baixo valor acrescentado que pode ser reduzido a um mínimo próximo de zero.

Utilize tecnologias como o Power BI, o Google Data Studio, o Tableau ou - porque não – os suplementos Power do Excel (em particular o Power Query) para automatizar as ligações às origens de dados, como o software CRM ou ERP, os dados de visita às páginas do website da empresa, redes sociais e os diversos ficheiros avulsos que utilize para gerir a empresa.

Além de reduzir o custo em si, a automatização da ligação aos dados, fornece também pelo menos duas vantagens relacionadas:

• a primeira é a descoberta de novas origens de dados inutilizadas que podem ter interesse para melhorar a eficácia da gestão,
• outra vantagem é a oportunidade de requalificação das pessoas que trabalham nessas áreas. Se abraçam a mudança, estarão preparadas para desempenhar melhor as suas funções e certamente para executar também novas funções.

Não interprete os dados, torne as conclusões tão óbvias que qualquer pessoa entenda

As visualizações que agora estão disponíveis em tecnologias de BI são interativas, funcionam em páginas web que podem ser acedidas online em diversos computadores ou dispositivos móveis. Não são nada parecidas com os relatórios estáticos em PDF.

Uma forma de valorizar o seu trabalho é criar dashboards tão simples de analisar que as conclusões sejam óbvias. Esta simplificação (aparente, pelo menos) garante que a comunicação das principais conclusões de análise sejam retiradas pelos próprios destinatários da informação. a interatividade permite ao destinatário escolher o que pretende analisar definindo por si mesmo qual o grau de detalhe que mais lhe interessa.

A principal vantagem deste método de trabalho é valorizar ainda mais a informação. Os gestores aperceber-se-ão mais facilmente do que é realmente importante para a tomada de decisão e quão conveniente é navegar nos dashboards sempre atualizados descobrindo novos pontos de vista e ideias para melhorar a eficácia da gestão. Isto evita a “multiplicidade de verdades e pontos de vista”.