A Microsoft acaba de lançar um novo serviço com novas capacidades de inteligência artificial, ‘AI Builder’, um conjunto de modelos que lhe irão permitir integrar técnicas avançadas de inteligência artificial no desenvolvimento das suas aplicações, tornando-as mais inteligentes, e sem qualquer necessidade de saber programar. A par do desenvolvimento de aplicações low-code, a Microsoft ajuda as empresas a dar passos seguros em direção à era da digitalização.

Papel da plataforma Power na revolução digital das empresas

Nos últimos anos, a Microsoft tem apostado forte num conjunto de ferramentas de Business Intelligence. Estas ferramentas visam dotar todas as empresas de recursos próprios e acessíveis para o desenvolvimento das suas próprias aplicações, relatórios e fluxos de trabalho automatizado, com recurso ao low-code – este é constituído por algumas funções de lógica (semelhantes a fórmulas do Excel), que permitem aos seus utilizadores começar a produzir desde o primeiro momento, sem qualquer tipo de pré-requisito técnico.



Esta plataforma Power da Microsoft engloba o Power BI, para produção de relatórios e análise de dados, o PowerApps, para desenvolvimento de aplicações móveis de negócio, e o Flow, destinado à automatização de fluxos de trabalho através da integração de centenas de serviços na web. Estas ferramentas, quando usadas de uma forma integrada, têm um potencial a nível de eficiência de processos, aumento da produtividade, gestão de informação e poupança de custos com soluções digitais personalizadas.

Inteligência Artificial facilmente acessível ao seu negócio, com o AI Builder

Com um número cada vez maior de adeptos, as três ferramentas da plataforma Power têm consolidado a sua posição de liderança nas respetivas áreas em que se integram. A Microsoft tem optado por apostar forte nesta área de Business Intelligence, e prova disso são as atualizações que estas têm sofrido com bastante regularidade, sendo que a cada novo mês são adicionadas novas funcionalidades e novas formas de integrar com serviços externos que possa já estar a utilizar.

Em simultâneo, são também lançados serviços complementares, totalmente gratuitos para a maioria dos planos ‘Pro’ desta plataforma, e que permitem alavancar ainda mais o alcance que é possível ter com a integração destes serviços. Por um lado, temos o Common Data Service, que permite às empresas ter um espaço único onde extrair, transformar e direcionar os dados gerados pelo negócio (os chamados processos ETL), onde é possível arrumar dentro de uma série de entidades pré-definidas, acessíveis a todos os colaboradores da empresa que necessitem de analisar informação devidamente tratada e atualizada. Outro exemplo são os conectores desenvolvidos para cada uma destas ferramentas, e que permite ligar os seus relatórios ou aplicações a centenas de serviços tão variados como bases de dados MySQL ou Oracle, Salesforce ou Google Analytics, ou até redes sociais como Twitter ou Facebook.



A funcionalidade mais recente a ser adicionada é o AI Builder. Esta permite aos seus utilizadores, num ambiente de desenvolvimento dentro do PowerApps, aceder a controlos de IA e integrá-los nas suas aplicações de negócio através de um simples clique. Sem qualquer necessidade de saber código, poderá então selecionar entre diferentes modelos para previsão, deteção e processamento de documentos, classificação binária, entre outros. Os desenvolvedores poderão treinar modelos para reconhecer palavras ou frases em texto ou imagens, sendo um instrumento extremamente útil para análises de sentimento ou de satisfação de clientes.

Como funciona o AI Builder?

O AI Builder está acessível quer no ambiente de desenvolvimento do PowerApps, quer através do ambiente Flow. Esta funcionalidade engloba em si um conjunto de modelos previamente programados em que o utilizador apenas necessita de escolher aquele que mais se adequa ao tipo de análise que quer fazer e, de seguida, quais os dados em que irá correr o modelo.



Apesar de os modelos estarem prontos a utilizar e a ser incorporados de imediato nas suas aplicações, possivelmente necessitará de juntar um volume de dados significativo o suficiente para que seja possível identificar algumas tendências. Após alguns simples ajustes, os modelos estarão prontos a correr e poderá então usá-los na sua plenitude, dentro das suas aplicações.

Eis, então, os modelos disponíveis bem como as suas potenciais aplicações:

• Classificação binária – prevê eventos com dupla possibilidade, tipicamente sim ou não. Quais os clientes elegíveis para determinado serviço? Quais as leads que se deverão converter em novos clientes? Que clientes são mais passíveis de não virem a pagar faturas a tempo no futuro?
• Processamento de formulários – pode treinar este tipo de modelo a ler diferentes faturas ou formulários, e a identificar onde se encontra a informação que procura. Através do algoritmo de reconhecimento de texto (Computer Vision), a sua aplicação será capaz de reter os dados mais importantes de qualquer documento digitalizado;
• Deteção de objetos – através da leitura de diferentes imagens, este algoritmo de Computer Vision permitirá às suas aplicações identificar quais os objetos presentes em cada imagem;
• Classificação de texto – como o próprio nome indica, este modelo permite ler grandes volumes de texto e identificar informação valiosa que poderá ser útil para análises de sentimento, deteção de spam ou encaminhamento de clientes;

Estas funcionalidades ainda estão em fase de teste, pelo que é possível que nem sempre funcionem da forma mais correta, por enquanto. No entanto, este é apenas mais um vislumbre daquilo que a Microsoft tem reservado para o futuro dos seus clientes.