Layout e estruturação dos elementos visuais no Power BI
Como formadora, vejo que muitas vezes os formandos ficam com muitas dúvidas quando o assunto é a escolha dos elementos visuais a serem usados e em qual disposição colocar. Por isso decidi escrever esse artigo e dar algumas sugestões.
Tudo começa, claro, com aquilo que você quer transmitir ao leitor e o que você espera obter de insights. E costumo me fazer as seguintes perguntas:
- Quais são as minhas hipóteses (ou as do pesquisador da área)?
- O que pretendo obter de resultados com esse relatório? Onde pretendemos chegar?
- Como vou obter as informações que preciso?
- Quem é o meu público-alvo? As pessoas que vão receber o meu relatório já conhecem o Power BI? Sabem manusear a ferramenta?
- Existe uma paleta de cores a ser seguida?
Vencida essa etapa, agora que já temos um norte a ser seguido, começaremos a trabalhar, vamos contar histórias com os dados.
Boas práticas recomendadas
Ao criar um relatório de visualizações no Power BI, pense em torná-lo não somente bonito, mas funcional. Em geral, isso implica em destacar as informações mais importantes de modo a deixá-las organizadas e claras aos gestores e demais colaboradores.
Quando você projeta um gráfico para explicar algo, obter as informações certas vem primeiro. Nenhum bom infográfico ou visualização de dados pode ser baseado em dados e análises deficientes. A qualidade de seus gráficos vai depender, fundamentalmente, da qualidade de seu relatório ou pesquisa, não apenas de quão bom designer gráfico você é. Lembre-se do nosso famoso amigo GIGO (Garbage In, Garbage out), se entra lixo, VAI SAIR LIXO. O Power BI é excelente, mas não consegue fazer milagre.
Quando o assunto é visualização de dados, existem algumas dicas fundamentais de elaboração dos relatórios, tais como:
1. Simplicidade: “não é porque você pode, que você deve”. A estrutura aplicada às páginas de visualizações deverá conduzir os colaboradores ao longo da apresentação dos resultados. Evite muitas páginas e conte uma história em um ecrã. Convém deixar informações essenciais e que podem ser lidas e interpretadas com facilidade.
A coerência visual, ou seja, a utilização de um conjunto de cores ao longo da apresentação em vez de várias cores dispersas, recurso a, no máximo 2 a 3 tipos de letra, etc., permitem que outros utilizadores compreendam mais facilmente as hierarquias de leitura e garantem a eles o destaque da informação mais importante.
A disposição dos elementos na página do relatório irá reforçar a hierarquia da informação, assim como estabelecer relações visuais entre os diferentes componentes da apresentação.
A área do relatório é horizontal e como tal deverá ter em consideração que a leitura, em geral, será feita de cima para baixo, da esquerda para a direita, como se fosse em formato da letra Z.
Sendo assim, coloque o nível mais alto de dados no canto superior esquerdo e mostre mais detalhes à medida que você move na direção que o público-alvo usa para ler. O objetivo é aproveitar ao máximo a ‘área de criação’ para contar bem a história que definimos como interesse para resolver o nosso problema de negócio.
Além disso, certifique-se de fazer o uso de títulos, rótulos, etiquetas e outras personalizações para ajudar o leitor.
2. Cores e fundo: A presença das cores é determinante para a estrutura gráfica de uma mensagem, uma vez que as reações físicas e psicológicas que elas provocam no ser humano dão origem à sua função comunicacional.
A relação entre tema e cor é importante uma vez que ajuda a decifrar melhor a mensagem no cérebro, completa um conjunto de informações adicionando associações inconscientes que podem aumentar ou diminuir o entendimento, a assimilação e até manipular as sensações e reações do público-alvo.
Crie um padrão de cores, fontes e posicionamento de informação e siga do começo ao fim. Inserir cores muito fortes pode distrair o usuário. E por outro lado, se utilizar cores muito fracas para informações importantes, poderá deixar de destacar algo relevante.
Mas e se você não conhece a paleta de cores da sua empresa?
Dica da Isa:
Esse é um site que costumo usar para descobrir a paleta de cores das empresas que estou a trabalhar. Basta você fazer o upload da imagem e esse site já lhe retorna a paleta de cores com o código hexagonal.
Mas se o seu problema é a falta de inspiração para criar uma paleta de cores legal, então a dica é a seguinte:
É um site que contém sugestões de paleta de cores, e quando passamos o rato em cima, ele mostra o código hexagonal das cores.
O fundo é o que podemos chamar de campo visual. A localização de um elemento num determinado ponto do campo visual vai condicionar o seu peso visual e consequentemente o seu significado.
- Diagonais: Os elementos que aí se encontrem adquirem dinamismo.
- Medianas: Os elementos que aí se encontrem adquirem estabilidade.
- Vértices: São campos de atracão dos elementos.
Num relatório deverá ter em consideração o fundo pois deverá ajudar a destacar a informação, geralmente por contraste. Porém, evite colocar como fundo imagens ou efeitos cromáticos muito intensos porque só irão prejudicar a leitura da informação.
A criação de traços de imagem que facilitem a identificação de hierarquias de leitura consiste na uniformização de um conjunto de elementos gráficos tais como:
- Tipo de letra;
- Cor de letra;
- Cor ou fundo;
- Botões de navegação;
- Tamanho;
- Forma;
- Localização/posicionamento.
Destaca-se aqui a necessidade de ter cuidado com o tamanho e proporção das informações mais importantes. Imagine só se textos e visualizações do relatório são do mesmo tamanho? Os leitores certamente terão dificuldade em concentrar no que é, de facto, o mais importante. Muita atenção às proporções!!!!!
3. Considere o seu público-alvo: quem serão as pessoas que utilizarão essas informações? Quais as necessidades e o que é o mais relevante para elas?
Tenha em mente que um relatório serve para monitorar o estado atual dos dados, por isso é importante saber quais são as principais métricas que ajudarão a tomar decisões, qual visual a ser usado, quais suposições e hipóteses foram levantadas antes de criar o relatório. Levantar corretamente as necessidades e expectativas dos usuários vai ajudar a economizar tempo e ajustes.
Deve-se levar em consideração também o tamanho do ecrã que será exibido suas visualizações. Caso seja um monitor grande, poderá acrescentar um pouco mais de informações.
Em suma, pode-se dizer que é fundamental que um relatório tenha:
- Design;
- Personalização;
- Storytelling;
- Potencial de partilha
Um bom design não se trata de enfeite, mas de estruturar informações para permitir o entendimento. Dito isso, o apelo estético é um objetivo que vale a pena, pois pode ajudar a tornar nossas mensagens mais atraentes e, consequentemente, mais eficazes.
Vejamos algumas recomendações gráficas:
Saber o que você quer transmitir e quais os tipos de variáveis detem, é de suma importância.
Pense com a cabeça de quem vai receber o seu relatório, quais informações o ajudaria para que entendesse a informação que deseja passar?
Tenha em mente:
- Quem?
- Onde?
- Como?
- O que?
- Porquê?
Estruture isso de forma visual. Por exemplo:
Então, gostaram das dicas da Isa de hoje?
Espero você no próximo artigo.