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01 April 2019
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Power BI e pessoas. Porque nem toda a inteligência é artificial.

O Power BI é a nova tecnologia de business intelligence da Microsoft que recolhe dados em bruto provenientes de diversas fontes e os transforma em informação útil à tomada de decisão de gestão sob a forma de relatórios e dashboards interativos para computadores e dispositivos móveis.

Há que levar a sério o impacto desta tecnologia que está a mudar rapidamente a forma como se trabalha - redefinindo não só carreiras de diversos tipos de trabalhadores do conhecimento, mas também de setores de atividade por inteiro. Exatamente como o fizeram as folhas de cálculo há algumas décadas atrás.

Creio que nada ficará como dantes em áreas como a financeira, contabilidade, auditoria, consultoria, marketing ou recursos humanos.

Numa primeira abordagem, porque o potencial de automatização de tarefas com a recolha e validação de dados, preparação, atualização e distribuição de relatórios, entre outras, é muito significativo e permitirá reduzir o tempo nelas investido a um mínimo, proporcionando assim “quick-wins” muito interessantes. Esta razão tem sido, por si só, suficiente para motivar o investimento na tecnologia.

Quanto mais “informação intensiva” for a organização, maior será o potencial de obtenção de benefícios com a adoção do Power BI. Veja-se a empresa de contabilidade e auditoria que eliminou praticamente todo o tempo consumido com a preparação de relatórios mensais para os seus clientes ao ler os dados diretamente dos ficheiros SAF-T e das bases de dados que utiliza nos seus sistemas informáticos. E porque os relatórios são partilhados numa plataforma segura com os seus clientes, deixou de recorrer a ficheiros anexados a emails para a sua distribuição. Hoje, todos estão em sintonia com o acesso à informação de gestão no computador e no telemóvel.

Mas há também coisas novas a descobrir. À inteligência humana há que somar a inteligência artificial e é com grande entusiasmo que tenho visto diversos utilizadores colocarem questões sobre os dados e descobrirem em poucos segundos respostas que demorariam horas a obter. Questões que são colocadas assim mesmo, em linguagem natural: “porque é que este indicador aumentou ou diminuiu?” ou pedindo simplesmente ao algoritmo que descubra algo interessante nos dados, sejam padrões, tendências ou “outliers”.

E se avançarmos um pouco mais, porque não recorrer a modelos de previsão que nos ajudam a estimar a procura a partir de dados históricos? Os benefícios são óbvios: melhor capacidade de planeamento e eficácia na gestão de inventários. A análise preditiva complementa a análise descritiva.

Há certamente na sua organização, e fora dela, dados com um valor que ainda não considerou. Provavelmente, ainda não se apercebeu do “rasto” que a sua marca deixa nas redes sociais ou ainda não simulou o que acontece se alterar uma ou diversas variáveis de uma campanha publicitária. Não estimou a probabilidade de um cliente ou colaborador deixar de o ser em função das interações recentes com a sua empresa ou a probabilidade de uma determinada combinação de produtos se venderem melhor em conjunto do que separadamente. Tudo isto é acessível à maioria das empresas.

Diria mesmo que é uma oportunidade à espera de ser agarrada para as que ainda não o fizeram.


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