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11 June 2019
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SCRUM – Saiba como tirar o melhor partido desta metodologia

No seguimento do meu último artigo, “Organizações Ágeis: o segredo para responder rapidamente às mudanças”, hoje vamos abordar o Scrum, desde a sua definição à sua aplicabilidade prática.

O que é o scrum?

Comecemos com a definição do que é o Scrum. O Scrum é uma estrutura que auxilia as equipas de trabalho, as team work, a trabalharem juntas. O Scrum estimula as equipas a aprenderem com as experiências, a organizarem-se enquanto resolvem problemas e a refletirem sobre os sucessos e os fracassos com o objetivo da melhoria contínua.
O Scrum é normalmente usado pelas equipas de desenvolvimento de software, mas os princípios e as lições que esta estrutura oferece podem e são aplicados a todos os tipos de trabalho em equipa e organizações. Isto é o que torna o Scrum tão popular. O Scrum descreve um conjunto de reuniões, ferramentas e cargos que atuam juntos para ajudar as equipas a organizarem e a gerirem o fluxo de trabalho de uma forma bem sucedida.

Framework Scrum

É normal pensar que o Scrum e Agile são a mesma coisa. Esta ideia que está errada, prende-se com o facto de o Scrum se centrar na melhoria contínua, que é o princípio fundamental do Agile. No entanto, o Scrum é uma estrutura que tem como objetivo a conclusão de tarefas, ao passo que o Agile é uma forma de pensar. Não conseguimos simplesmente tornar-nos ágeis. Porque isto exige dedicação de todos da equipa para mudar a forma de pensar sobre como apresentar valor aos nossos clientes. Mas podemos utilizar o Scrum para nos ajudar a começar a pensar desta forma e a praticar o desenvolvimento dos princípios inerentes ao Agile na comunicação e no trabalho do nosso dia-a-dia. Muito embora o Scrum seja um processo estruturado, ele não é totalmente rígido. A sua utilização pode ser adaptada às necessidades de qualquer empresa/organização. O pilar deste processo é ter uma comunicação clara, ser transparente e dedicado ao aperfeiçoamento contínuo.

Artefactos Scrum

Recordemos os pilares do Scrum: transparência, inspeção e adaptação. Estes são a base fundamental para a existência dos artefactos Scrum. Um artefacto é algo que nós produzimos, como uma ferramenta para resolver um problema. Os artefactos do Scrum representam o trabalho ou o valor para o fornecimento de transparência e oportunidade para a inspeção e melhoria. Estes artefactos são especificamente projetados para maximizar a transparência das informações chave, como forma a que todos os envolvidos tenham a mesma perceção sobre os artefactos.

São três os artefactos so Scrum: o blacklog do produto, o blacklog do sprint e o incremento com a sua definição de “concluído”.

  • Blacklog do Produto: o blacklog do produto é uma lista ordenada de todas as funcionalidades desejadas para o produto. É uma lista dinâmica de recursos, requisitos, melhorias e correções que atua como entrada para o blacklog do sprint. Basicamente, ela é a lista de coisas a fazer pela equipa, a sua checklist de afazeres. Um blacklog do produto nunca está completo. Ele é dinâmico e revisto em permanência, re-priorizado e mantido pelo proprietário do produto (Product Onwer). O conteúdo desta lista é definido pelo Product Owner. Esta lista contém todas as características, funções, requisitos, melhorias e correções que formam as mudanças que devem ser feitas no produto em futuras versões. Estes itens têm de estar descritos de forma a que não haja dúvidas do que ele irá ser quando estiver finalizado.
  • Blacklog do Sprint: antes de definir o que e blacklog do sprint, convém dar uma luz sobre o que é um sprint. No Scrum, os projetos são divididos em ciclos, geralmente com duração de uma semana a um mês, chamados de Sprints. O Sprint representa um período no qual um conjunto de atividades deve ser executado. O blacklog do sprint é uma lista de tarefas que a equipa Scrum se compromete a fazer. Os itens desta lista são extraídos do Blacklog do Produto, com base nas prioridades definidas anteriormente. Durante o sprint, o gestor da equipa (Scrum Master) mantém o Blacklog do Sprint atualizado, como forma de saber quais as tarefas que são concluídas e quanto tempo a equipa demorará a  concluir as que estão por terminar. Esta estimativa é calculada diariamente e colocada num gráfico, o chamado Sprint Burndown Chart.
  • Incremento: o incremento é a soma dos itens do Blacklog do Produto feitos e completos nas Sprints e o valor de todos os incrementos de todas as Sprints anteriores. A avaliação do Incremento ocorre durante a fase de inspeção do desenvolvimento do sprint.
    • Definição de “Pronto”: quando um blacklog do produto ou um incremento é descrito como “Pronto”, é vital que se entenda o que isso significa. Muito embora a perceção de cada um possa variar, os membros da equipa devem partilhar o mesmo entendimento do que significa o trabalho estar completo, tendo como pressuposto a transparência. Esta é a definição de “Pronto” para a equipa de Scrum e é usada para se aferir quando o trabalho está completo na fase do incremento do produto. É importante que a equipa defina este artefacto de transparência logo no início da primeira sprint, pois influencia o desenvolvimento de todo o projeto.

O Scrum na prática

A competitividade, as exigências do mercado e a procura incessante por estratégias diferentes fazem com que as empresas adotem uma postura mais proativa no desenvolvimento de projetos, correndo contra o tempo para encontrar soluções inovadoras a todo o momento. É neste contexto que nasce o Scrum. Então, o que é o Scrum? Basicamente, o Scrum consiste numa forma diferente de desenhar processos de desenvolvimento de produtos.

Aqui, o planeamento acontece por interações, os chamados sprints, já vistos anteriormente. A título de exemplo, pensando no desenvolvimento de um software, cada sprint refere-se a uma nova funcionalidade, a ser entregue ao cliente em perfeitas condições de utilização.

Temos depois o Blacklog do produto, que, como já vimos anteriormente, mais não é que a lista de funcionalidades a serem desenvolvidas ao longo do projeto. Depois de definido o Blacklog do produto, no início de cada sprint, as atividades inerentes a cada funcionalidade são transpostas para a Blacklog do Sprint, isto é, o documento de planeamento onde são determinados os requisitos e atividades que deverão ser cumpridos dentro do sprint. Estas atividades são distribuídas pela equipa do Scrum. No final de cada sprint, é marcada uma reunião, sprint review, para se identificarem os ajustes necessários ao produto, bem como fazer o Sprint Retrospective, para se aprimorar o processo de trabalho.

Os jogadores que fazem parte do Scrum são o Product Owner, ou o responsável pelo Blacklog do Produto, e que prioriza as funcionalidades a desenvolver. O seu objetivo é garantir o sucesso do projeto. O Scrum Master é o individuo que possui elevados e profundos conhecimentos em Scrum e de todas as suas práticas. O objetivo deste jogador é orientar a Equipa de Scrum, otimizando tempo e recursos. Seguidamente, temos a Equipa de Scrum, responsável pelo desenvolvimento do projeto. Aqui trabalha-se com equipas multidisciplinares e autogerenciáveis.

Podemos, então, afirmar que sem uma ideia bem definida de equipa, sem uma equipa madura e responsável, e sem cumprir com os rituais básicos do Scrum, este não vai rodar de forma efetiva na sua empresa.

Acima de tudo, devemos entregar ao cliente tudo aquilo que prometemos. Pois será o impulsionador da boa imagem que os outros terão da nossa empresa/organização, uma vez que demonstra que temos o Scrum implementado e a funcionar.

Regina Costa

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