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22 setembro 2015
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Como calcular o Return on Investment (ROI)?

O Return on Investment (ROI) é um dos rácios de avaliação da performance mais utilizados pelos gestores de empresas. Compara o resultado obtido num segmento de negócio com o capital nele investido, durante um determinado período de tempo. A aplicação deste rácio é vasta: serve para recompensar os gestores e os colaboradores pela sua atuação, para comparar diferentes projetos ou empresas do mesmo setor, para tomar decisões de investimento e para definir estratégias. Apesar de não fornecer todas as respostas, o ROI coloca várias questões certeiras.

Como calcular o ROI?

A fórmula de cálculo do ROI é dada pela seguinte expressão:

roi

O numerador mede o resultado obtido (ou esperado) por um segmento de negócio. Pode ser o resultado de um departamento ou unidade de negócio ou da empresa como um todo. Pode ser o resultado do ano passado ou uma estimativa do resultado que se espera obter com um novo projeto como o lançamento de um novo produto, por exemplo.

Repare que o resultado medido no numerador é operacional. Não consideramos no numerador resultados financeiros nem fiscais mas os resultados antes de gastos de financiamento e impostos.

Para ser consistente com o numerador, o denominador deve considerar apenas os ativos operacionais. Como ativos operacionais, consideramos os depósitos bancários e o caixa, os inventários, as contas a pagar e a receber, assim como os ativos fixos afetos às operações do segmento em causa.

Deixamos fora do numerador aqueles ativos que são detidos para fins não-operacionais, como investimentos financeiros (no pressuposto de estarmos a analisar uma empresa fora do setor financeiro), ativos detidos para venda, como edifícios e terrenos, ativos intangíveis ociosos como marcas, patentes e licenciamentos que não estejam a ser explorados, etc.

O denominador é a média do valor dos ativos operacionais no início e no fim do período. Usamos a média porque esta nos fornece um valor ponderado do capital investido ao longo do período e para evitar eventuais distorções de início e fim do período.

Devemos usar ativos brutos ou líquidos no cálculo do ROI?

É uma questão pertinente, tendo em conta que há diversas opiniões.

Os ativos líquidos são a diferença entre o valor dos ativos brutos (normalmente o custo histórico) e as depreciações acumuladas ao longo da vida útil dos ativos, refletindo assim o desgaste dos ativos ao longo do tempo.

Por um lado, usar ativos líquidos tem a vantagem de ser consistente com o cálculo do resultado operacional, uma vez que este considera as depreciações. Por outro, usar os ativos brutos tem como vantagem evitar a subjetividade do cálculo das depreciações assim como o efeito de aumento do ROI por via da simples passagem do tempo.

Independentemente do método seguido, é importante saber qual deles foi adotado para evitar comparações erróneas.

O que representa um bom ROI?

Pela aplicação da fórmula acima chegamos a um valor percentual. A avaliação desse valor, a determinação de o considerar bom ou mau, faz sentido apenas se o compararmos com outras alternativas.

Por exemplo, suponha que a empresa A investe 1 milhão de euros no lançamento de um novo produto. Os resultados operacionais obtidos ao fim de um ano com esse produto são de €200.000.

O ROI deste projeto é de 20% (200.000/1.000.000), o que parece um excelente retorno.

No entanto, suponha que antes de avançar com a decisão de lançamento desse produto, a empresa é confrontada com a possibilidade de investir noutro produto diferente que requer um investimento de €500.000. Nesse caso, os resultados operacionais previstos são:

  • € -50.000 no primeiro ano
  • € 0 no segundo ano
  • € 300.000 no terceiro ano.

O ROI deste projeto é de 50% para os 3 anos. Porém, no primeiro ano o ROI é negativo, no segundo nulo e no terceiro de 60%!

Além disso, se tivermos em consideração a diferença da duração dos dois projetos, o segundo projeto apesar de ter um ROI de 50%, reporta-se a 3 anos. Assim, o ROI anual seria de apenas 16,6%.

Por outro lado, o cálculo do ROI não tem em consideração o valor temporal do dinheiro, que ao longo de 3 anos pode ser significativo.

Estas são algumas das fragilidades do ROI, o que não invalida que recomendemos a sua utilização nas seguintes situações:

  • Quando o período em questão é curto, no máximo de um ano;
  • Quando é possível medir com fiabilidade o resultado operacional e o capital investido do segmento em questão;
  • Quando o ROI é utilizado de forma consistente, ano após ano, de forma a permitir a análise da sua evolução temporal;
  • Quando comparado com alternativas de investimento viáveis;
  • Quando comparado com a taxa de custo do capital.

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