O working capital (ou fundo de maneio) é a diferença entre o ativo corrente e passivo corrente. Numa empresa com capacidade para encarar as suas obrigações financeiras de curto-prazo, o ativo corrente supera o passivo corrente. Se essa empresa necessitasse, poderia converter todo o seu ativo corrente em dinheiro e assim liquidar todas as suas dívidas de curto-prazo.

Os credores preocupam-se com o fundo de maneio das empresas e costumam preferir aquelas com os níveis mais elevados. Se algo correr mal, podem sempre pressionar a empresa para se livrar de inventários excessivos ou de outros ativos de curto-prazo.

Porque deve reduzir o working capital ao mínimo?

Mas a gestão da empresa prefere baixos níveis de fundo de maneio. Contas bancárias à ordem rendem juros baixíssimos (em termos reais são mesmo negativos) e as mercadorias na prateleira ou dívidas de clientes não rendem juros de todo. Se o working capital for nulo, os fundos serão libertos para abraçar novas oportunidades.

Ao reduzir o fundo de maneio ao mínimo, a empresa pode usar a liquidez para investir no seu processo produtivo, no desenvolvimento de novos produtos, no marketing ou simplesmente para reduzir a sua dívida de longo-prazo.

Tendo isto em conta, pense nas diversas formas de que dispõe para reduzir o working capital da sua empresa até ao zero. Um bom ponto de partida poderá ser o brainstorming ou o brainswarming, a escolha é sua. O essencial é focar a sua empresa numa mentalidade ‘magra’ em relação ao fundo de maneio.

Ideias para o ajudar a reduzir o working capital

Se, para levar a cabo este exercício, apenas lhe ocorre a ideia de pressionar as cobranças, aqui ficam mais algumas para o ajudar:

• Mude a filosofia de ‘pull’ para ‘push’. Dito de outra forma, oriente os processos da sua empresa ao cliente final: encomendas, produção, gestão de inventários e outras funções de apoio só são executadas à medida dos pedidos dos clientes.
• Peça aos seus clientes para colaborarem consigo na construção de previsões de vendas e encomendas. Pode não parecer fácil, mas se demonstrar aos seus clientes que eles também têm a ganhar com mais fiabilidade de entrega (provavelmente eles também reduzirão os seus níveis de inventários), verá que a maior parte irá colaborar.
• Reduza o espaço do armazém ao mínimo. Um erro comum que muitos gestores cometem é o de aumentar o espaço do armazém para depois o “encherem”. Ao fazê-lo estão, inevitavelmente, a criar excesso de inventários.
• Procure soluções de produção em horários alargados, aproximando-se o mais possível da laboração contínua. Ao diluir os custos fixos com rendas e depreciação de bens de equipamento por um período de tempo mais longo e por mais unidades produzidas, estará a reduzir os seus custos unitários de produção, logo, a ser mais competitivo.

Muitas empresas industriais definiram o Zero Working Capital como um objetivo estratégico. A maioria são multinacionais de grande dimensão. Mas as técnicas de gestão podem e devem ser usadas por empresas de todas as dimensões.